sábado, 10 de abril de 2010

Laço inoxidável!


Antes balão acima das nuvens flutuando, depois é-se largado como objecto inanimado à grande altitude. Cai livre de amarras! Corolas primaveris entapetam o gume da imaginação.
O prazer é driblar a morte e gozar quinze segundos de queda livre antes de tecer a fatalidade de um pára-quedas encravado. São aulas avulsas de pára-quedismo servidas ao sabor de manjares e licores. Amores e humores à Molière longe de doenças imaginárias!
No rescaldo da noite, as lições sobrevivem afeiçoadas pela pluma do travesseiro. Na subtileza da vida, os ínfimos gestos se foram empilhando em cumplicidades, que a rotina se encarregou de cristalizar. Confidências perdem o rótulo. O tempo-azimute separou o cascalho do caminho, o sorriso acanhado se converteu em gargalhadas de cristal que extraíram olhares do tilintar de mesas vizinhas. Simples soslaio de bisbilhotices de quem formatou emoções e deixou-se ficar no frio do betão da cidade grande, onde as estrelas se confundem com as luzes da urbanização!
Na brisa, o engodo do tempo, quando a noite esquecida avança na inércia da embriagues do crepúsculo. Como pára-quedistas, aqui estão gozando o tempo efémero do ócio antes do desenlaço. Depois pousarão são e salvos em terra firme e retomarão a vida sob o peso da gravidade. E no escaninho o registo na lápide que fica para a posteridade! Foi uma noite de prazeres, margaridas, balões e pontes! O temporal e a erosão mostrar-se-ão incapazes de apagar as pegadas.
Passou por aqui o CDN-2010!

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