domingo, 7 de fevereiro de 2010

REVER FEVEREIRO


O silêncio cobre a plateia reunida no auditório do Hotel Sana, em Lisboa. O embaixador Manuel Pedro Pacavira, vindo de Roma a propósito, desfia, na sua fala calma, o rosário das suas lembranças, das dificuldades e dos perigos da clandestinidade. Nas breves pausas, a emoção espreita sorrateira. Ele cita nomes de companheiros tombados e apela aos jovens de hoje ao patriotismo.
– É preciso que vocês assumam o vosso papel na história de Angola, porque nós já passamos. Já estamos velhos.
O quatro de Fevereiro de 1961 ficou distante no tempo, mas a saga heróica prevalece, feito semente de um passado projectado para o futuro. São passados 49 anos desde dia em que angolanos se ergueram com catanas para romper as algemas da colonização e da opressão. Muitos morreram naquele dia, mas o grito de revolta ecoou no mundo inteiro.
Depois foi a vez do Embaixador de Angola em Portugal, Marcos Barrica, falar dos desafios do presente. A aprovação da primeira Constituição Angolana e os projectos sociais em curso. A habitação, a saúde e educação são as grandes prioridades do novo governo. A plateia questionou, queria saber mais do país. A curiosidade foi satisfeita com imagens de vídeo projectadas no telão.
E o almoço recheado de iguarias serviu para a confraternização entre os angolanos residentes em Lisboa, fechando as celebrações do aniversário do 4 de Fevereiro. As conversas e a gastronomia angolana adocicaram o paladar de um país que todos querem rever e ajudar a construir.

1 comentário:

Soberano Kanyanga disse...

Kota,
Valeu o artigo/reportagem.
É sempre bom (re)ler, (re)ouvir momentos/trechos sobre a saga dos nacionalistas africanos/angolanos.
Abraço